A economia não é uma ciência exacta,trazendo,por isso,todos os dias surpresas.Os recentes números relativos ao crescimento do PIB no 2º trimestre de 2013 são uma surpresa e são positivos.No entanto,não afastam a reflexão sobre os problemas e a rigidez estrutural da economia portuguesa,nem caucionam qualquer eventual política de crescimento (eufemismo de despesa).
O euro continua a ser um problema para Portugal,assim como a excessiva despesa neste contexto.
Quanto ao fim da recessão?
Pode ser que sim.
Nalgumas circunstâncias específicas e raras a austeridade poderá trazer crescimento automaticamente. Quais são essas condições?
Quando a austeridade imponha uma diminuição das taxas de juro que financiam a economia e tal implique um renovado financiamento da economia privada. Assim, imaginemos que as taxas de juro estavam muito altas e por isso a economia não era financiada. Um plano de austeridade sério daria sinal que os gastos iam diminuir e por isso as taxas de juro diminuiriam. Aí voltava a entrar dinheiro barato na economia e esta cresceria. É necessário que a austeridade faça abrir a torneira de financiamento que secou. Isto é, que como resultado da austeridade volte a haver dinheiro na economia.
Pode ser que não.
Estes números serão apenas um reflexo da renovação mínima de stocks esgotados ou de qualquer sazonalidade e não reflictam um crescimento sustentado,voltando-se em breve a cair na recessão,sobretudo como fruto do pagamento de IRC e IRS que está a ocorrer.