quarta-feira, 17 de julho de 2013

Raízes dos problemas actuais da economia portuguesa.

O problema da economia portuguesa acaba por ter duas vertentes:
Por um lado, o Estado aumentou a dívida exponencialmente nos últimos anos, sem o correspondente aumento da produção de bens e serviços, tendo como resultado a actual crise financeira. Vê-se, por exclusão de partes, que o Estado e a sua clientela foram os grandes beneficiários do Euro pois obtiveram muito dinheiro a baixo custo que desbarataram alegremente. Há que sublinhar, o sector privado não beneficiou com o Euro, só o Estado “and friends” que promovendo um tremendo efeito “crowding out” (um aumento da despesa pública leva a uma diminuição ou cessação do investimento privado porque não há dinheiro disponível para ambos) se banhou em Euros.
Por outro lado, nunca houve condições para aderir ao Euro e tal adesão foi feita de forma artificial com isso provocando um crescimento ínfimo da economia. Portugal não constituía uma zona monetária óptima com a Alemanha. Não existia mobilidade e flexibilidade do trabalho (e não existe). Não estava no mesmo ciclo económico da Alemanha e não beneficiava de um sistema orçamental de transferências automáticas de dinheiro para colmatar essas divergências no ciclo.
A verdade é que a unificação da condução da política monetária só seria benéfica se estivesse também previsto um sistema de transferências fiscais (estilo federal) da Alemanha para Portugal (mantendo o exemplo, que poderia ser aplicado a outros países).Ora acontece que isso também não foi previsto (e não era difícil prever: a própria Alemanha Federal quando se reunificou em 1990 compensou uma
união monetária forçada com o Leste com uma massiva transferência fiscal para o mesmo Leste. Foram transferidos do Oeste para o Leste mais de 1,5 triliões Euros).

Sem comentários:

Enviar um comentário