sexta-feira, 14 de junho de 2013

O impacto do Euro em Portugal

    Já se percebeu pelo 7.º relatório do FMI que a situação portuguesa continua má e tenderá a piorar.Há que efectivamente perceber o efeito que a pertença ao Euro teve na economia portuguesa,caso contrário poderemos estar condenados a um afundamento eterno.
    O impacto do Euro em Portugal foi a estagnação. O Euro não foi um arranque. Foi uma paragem.Na realidade, após a adesão ao Euro Portugal meteu--se numa camisa-de-forças. Não pode desvalorizar a moeda,a carga fiscal aumentou e a economia não cresceu.A questão é sempre a rigidez que o Euro introduziu na economia. 
       Vamos ver o que se passou.
      Nos momentos mediatamente antecedentes da moeda única, Portugal tinha uma taxa de inflação acima da média pretendida o que implicou uma política de estabilização de preços (contraccionista) em detrimento de uma política de crescimento. Uma vez que não se podia utilizar a política cambial, teve que haver uma política monetária restritiva. A dívida pública também estava um pouco acima do pretendido, bem como o deficit orçamental. Portanto, à partida nada nos “fundamentals” economia natural portuguesa se enquadrava nos chamados critérios de Maastricht. E em termos de economia real era muito pior. Iniciou-se aqui um ciclo de decadência. Era preciso um ajustamento dos termos nominais. Esse ajustamento era necessário, mas não suficiente para o crescimento. As correcções de deficit reduzem salários reais e restringem a procura interna, sem procura interna empresas não investem, a não ser que exportem a maioria dos seus produtos –para isso têm que ser eficientes e competitivas, o que não foram, nem se tornaram em tal.
    Se compararmos números veremos que em 1998 as exportações no valor aproximadamente de € 34.718.000.000 a preços constantes (base 2006) corresponderiam a 31,5% do PIB também a preços constantes (base 2006).Em 2009 as exportações correspondiam a aproximadamente €48.339.000.000 o que significava 30,5% do PIB. Quer dizer que a contribuição das exportações para o rendimento nacional até desceu um pouco. Os efeitos de criação de comércio advenientes da integração Europeia foram remeter
as empresas portuguesas para os sectores não transacionáveis,onde escaparam à concorrência e às necessidades de eficiência. 

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