domingo, 26 de maio de 2013

Euro-política acima da economia.A adesão de Itália.

    Os poucos beneficiários do Euro em Portugal foram os banqueiros que usam gravatas Hermès e as compram em Paris, Madrid e Lisboa. Passaram a conseguir facilmente comparar os preços.
  Um dos erros mais dramáticos de política económica dos últimos anos foi o da adesão de Portugal ao Euro nas condições em que tal foi feito e o unanimismo que quiseram (e conseguiram) criar à volta desse “desígnio nacional”,quando qualquer um veria que era um disparate, nos termos em que foi feito. A adesão ao Euro não foi uma decisão de racionalidade económica, foi uma decisão política.Aliás, ainda recentemente a abertura dos arquivos do governo alemão referentes aos anos de 1994-1998 demonstram que  o governo liderado por Helmut Kohl estava perfeitamente ciente que a Itália não tinha condições económicas e financeiras para aderir ao Euro, mas decidiu essa adesão baseados em critérios basicamente políticos. O
embaixador da Alemanha em Itália à época confirma que existiu uma “flexibilidade construída” entre os decisores políticos quando se tratava da aplicação dos critérios de Maastricht. E da leitura dos vários documentos alemães vê-se claramente que havia a noção que a Itália não tinha capacidade para aderir ao Euro e que as suas contas estavam maquilhadas.No entanto, Kohl decidiu por razões políticas fazer entrar a Itália. Aliás, é bem provável que tal tenha acontecido em outros casos como Portugal.

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