sexta-feira, 10 de maio de 2013

Novos problemas estruturais na Economia Portuguesa e o Euro.

 A união de uma economia com outras pode ser perigosa quando os recursos libertados ou não são utilizados ou são utilizados em sectores protegidos e ineficientes e quando a generalidade dos bens que é produzida no estrangeiro unido é mais barata.
   O país deixa de produzir quase tudo, fazendo apenas aquilo que não é transaccionável, que não pode ir buscar ao estrangeiro.Foi o que aconteceu a Portugal.O imobiliário, em que assentou boa parte da economia portuguesa nos últimos anos é um exemplo típico do afirmado. Desde 1990 baixou abruptamente o número de pessoas empregadas nas pescas e indústrias, enquanto na as empregadas na construção e imobiliário subiram. Em 1990 havia cerca de 210.000 trabalhadores no sector da construção enquanto em 2009 havia 472.000. E na área imobiliária em 1990 havia 74.000 empregadas e em 2008 637.000.
 Os ganhos de emprego no sector privado provenientes da integração deram-se essencialmente na construção e imobiliário, enquanto em actividades directamente produtivas o número de empregados baixou.
  Ao mesmo tempo é de realçar as subidas grandes de emprego em Educação e Saúde, sectores públicos em que o Estado investiu fortemente, com resultados discutíveis (pelo menos na Educação).
  Isto quer dizer o quê? Quer dizer que foram os sectores não transacionáveis e o Estado que se expandiram com a integração económica . 
  Houve um acantonamento da economia portuguesa e uma fuga à concorrência.Agora há uma economia distorcida e um Estado torto que não aguentam a disciplina imposta pelo Euro.

2 comentários:

  1. Este post é interessante de facto. Ele dá um quadro da evolução da economia.
    Por natureza sou pessimista , gosto de ver o outro lado das coisas, e acho que Portugal fora do euro não vai ser paraiso.
    Para já vamos ter o problema da inflação.
    Isso não pode afastar o investimento ?
    O estado para pagar o deficit vai emitir moeda, parece-me òbvio.
    O nível de vida das pessoas desce- tudo o que é importado fica mais caro, desde gasolina , até maquinaria.,
    Esses bens ficam menos acessíveis.
    Como contrapartida as exportações ficam mais baratas- vendemos mais.
    Mas mesmo com salários mais baixos não vamos conseguir competir com a China.
    o sonho de fazer uma indústria altamente especializada com ordenados altos parece-me um sonho.
    Depois hà outro problema: Somos um país perifério.
    Paises mais próximos do coração da Europa irão atrair mais investimento altamente qualificado , tipo auto europa.
    Arriscamo-nos assim a ficar um país pobre.., que produz umas coisas mas nada de muito tecnológicamente avançado.., com um estado enorme que abafa a economia....;
    Como tenho 55 anos ainda sou do tempo dos bairros da lata em algés , no Concelho de Oeiras, ao lado de uma zona fina de miraflores.
    O futuro pode ser a repetição do passado.

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    1. Sim,a saída do euro terá que ser acompanhada por algum proteccionismo da nossa indústria e agricultura.O Euro neste momento e desde 2000 não tem tido vantagens para Portugal.

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