segunda-feira, 13 de maio de 2013

O euro e a modernidade.

   Muitos intelectuais do regime,como Henrique Monteiro ou Rui Ramos,têm tratado com desprezo aqueles-poucos-que se têm pronunciado pela saída do Euro afirmando que são facilitistas e estão a desistir da modernidade.O argumento é mais ou menos o seguinte:o Euro é o passaporte para um Portugal moderno,com futuro,com ambição,integrado na Europa.É a via para escaparmos do passado atávico e atrasado.Portanto,quem é moderno e quer futuro para Portugal está com o Euro,quem é antiquado e não quer futuro para Portugal está contra o Euro.
   Este argumento é forte e interessante,mas não é verdadeiro.Euro e modernidade não são conceitos idênticos.Pelo contrário,é um argumento que faz lembrar outro a propósito de outra ideia moderna-o comunismo na União Soviética nos anos 1920s.Também aí o comunismo soviético era apresentado como a alvorada da nova humanidade.O repórter americano Lincoln Steffens embriagado pela modernidade soviética proclamou " I have seen the future, and it works"referindo-se à União Soviética...Que futuro! Que belo funcionamento,milhões de vidas perdidas depois!
   Aqui em Portugal,Ramos e Monteiro também viram o futuro e acham que funciona.
  O problema é que desde que aderiu ao Euro, Portugal não teve presente,quanto mais futuro.A economia não cresceu.O Estado cresceu e faliu.O bem-estar que tinha sido conseguido com saltos de expansão nos anos 1960-1970 e 1985 e seguintes parou e tortuosamente estrangulou-se.Entre 2001 e 2010 a economia cresceu 0,7% em média.Isto é,nada!E o comportamento das exportações não foi melhor.Não houve acréscimos significativos de comércio.Apenas o Estado, a Banca e as Construtoras ( e negócios afins) beneficiaram da liquidez aparente trazida pelo Euro.Não houve modernidade( o que quer que isso seja).Portanto,os factos,sempre os factos, demonstram que o futuro não funciona.O Euro não funciona em Portugal.Pelo menos,assim.

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